quinta-feira, 14 de junho de 2012

DOIS PONTOS






Um amor assim feito o nosso
não é amor sem tropeços,
é o tal amor conquistado:
quando penso que não posso
vem você com recomeços.








Mas,
se for sua vez
de chegar meio mansinho
com jeito de desistir,
de quem já não sabe se quer
amar esta flor mulher,
eu me visto margarida:
na dança do bem-me-quer
do mal me faço despida.





Um amor assim feito o nosso,
que por amar traz percalços,
é saltar as pedras da estrada,
soprar o arder das topadas,
espanar o pó dos caminhos...





E se, ao de nós mesmos cansados,
à boca dos riachos
na concha de nossas mãos
em eterno entrelaçar,
quisermos matar nossas sedes
a superfície de espelho,
mesmo em água gotejada
sobre o chão que nos lambe os joelhos,
confirma o preço acordado:
eu para sempre querida
onde você é o amado.




Cecília Ferreira


Curiosidades:
• Poeminha de 38 anos do primeiro cruzar olhares.

10 comentários:

  1. Sem palavras...muda de tanta beleza.

    Não sei te choro...não sei se te abraço rsrs

    Você é maravilhosa, mulher!!!

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    1. Se te choro foi ótimo kkkkkkkk (ato falho).Beijos.

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    2. r*** Te choro até é engraçadinho! Obrigada pela leitura! Bjnhs

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  2. Minha doce e querida amiga Cecília, este é um dos mais belos poemas que já li. É como seu eu visse fagulhas de estrelas nas entrelinhas dos seus sublimes e sensórios versos. "Dois pontos"... Paraliso-me no fascínio desse instante.

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    1. Caro leitor e amigo Antenor, qual escritor não tem como objetivo leitores que se identifiquem? Que bom que também encontra a si e a seus passos neste poema. Grato abraço.

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  3. Kimaravilha!
    Benções para vc, por sentir e traduzir o amor.

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    1. Que legal a sua visita, e o seu tempo e o seu comentar. Obrigada, Rico.

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  4. Certas coisas nas nossas vidas
    a gente busca até morrer
    Eu vou procurar um amor assim
    e vou conseguir, você vai ver

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  5. Certas coisas nas nossas vidas
    a gente busca até morrer
    Eu vou procurar um amor assim
    e vou conseguir, você vai ver

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    1. Tenho certeza, poeta,
      se querer é poder,
      basta a vontade concreta!


      Abraço, Zé Mirto!

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