domingo, 11 de março de 2012

BODAS DE NÃO PARTA



Há vinte e cinco anos não te vejo

e, no entanto, o teu beijo permanece

ardendo encantos nesta face.


Não é fácil seguir em frente

sem ter a quem exibir gracinhas

e, se há muito passei da idade,

sei repeti-las, a inebriar-te,
 
ainda tão minhas.


Entendendo que pirulitos
 
não sabem ao reconhecível regaço,

insistindo admito:

o teu beijo doce me alicia
 
feito colo no palito.


E, nas cores, minha mãe,

do teu esforço por minhas curas,

sigo adiante como quererias.


Feita num tempo que era o teu
 
fui aprendiz da alegria

de saber-te a um toque de mãos,
 
telefones e campainhas tão certas,

que estes braços,

do teu terno abraço jamais desertos,

pensando-te terrenamente eterna,

entendem-te constante.


Assim a prata,

que na memória neva,

em assaltos de saudade comemora
 
o seguirmos construindo,

a despeito das vidas idas,

a nossa imprevisível enleada história



Cecilia Ferreira
 

4 comentários:

  1. Oi, Cecília... Vidas idas, lembranças retidas pelos olhos do coração! Belo poema... saudosa relíquia! Bj. Célia.

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  2. A saudade aflora a tua sentimentalidade e o teu coração derrama os mais singelos versos no silêncio desta hora. Um terno abraço, Cecília.

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  3. Dores de todos nós. Mas como não saudar o que prova que estamos vivos e fomos amados? como título de filme: a vida é bela. Os amigos também o são!

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.