sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Lúcia Maria Milani Piantino


Lúcia Maria Milani Piantino, foi-se.
Juntou-se a Deus e provavelmente a outros queridos seus.

Um dia, em "carta", por hábito, já que frisa que a época é de e-mails, escreveu publicamente a um amigo que lhe era querido:


"E fostes por aí num rabo de foguete... Porém, preciso contar-te como o tempo passou célere nos... 30 anos de esperanças e sonhos perdidos."

Quero dizer a ela o mesmo: "Longe de ti, continuamos carregando sonhos desgarrados, vivemos tempos violentos e vamos nos acostumando ao desalento, deixando que a vida resolva as incertezas que o futuro traz."

E confirmar que nada, nada parece querer vir a mudar com sua partida: "São, agora, tempos de solidão, de muito álcool, com o tédio envenenando os dias e a droga alegrando noites vazias nas ruas da cidade dos Araçás. E tanto que a gente nem sequer liga para as notícias da hora, alienados em BBBs, escândalos políticos, mentiras, corrupção."

Mas afirmava sentir-se confortada na presença de outros amigos, concluindo que valia a pena sonhar "e tentar brincar de roda com a vida, abrir janelas todas as manhãs e rir do tragicômico."

Lúcia escrevia com a "alma débil e medrosa" do esquecimento em que o amigo a poderia colocar, e achava preciso que soubessemos-lhe o receio; que ela possa agora saber que deixou aqui amigos, conhecidos, companheiros, confrades, confreiras e alunos, muitos, que a quiseram bem.

Vai tranquila, amiga.

E que a vida, agora leve, nesse futuro eterno, possa lhe garantir a tranquilidade de ter deixado entre nós imensas saudades.

CURIOSIDADES:
* Uma pequena biografia da vida de Lúcia será acrescentada a esta postagem.

* Todas as frases colocadas nesta postagem entre aspas são de nossa confreira Lúcia Maria Milani Piantino. Usei as palavras da própria Lúcia, em crônica que ela fez publicar na coluna Caleidoscópio (Folha da Região) para simular uma conversa entre nós. Aproveito para reiterar as minhas saudades e a minha fé no reencontro de almas.

5 comentários:

  1. O passamento desta escritora é mesmo, Cecília, uma perda irreparável. Meus cumprimentos por esta belissima crônica de homenagem na qual você revela todo o sentimento fraterno e solidário que a caracteriza.

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  2. A minha resposta ao seu comentário nesta postagem tb sumiu?
    Eu concordava Antenor, uma perda grande.
    Abraço

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  3. Lamento o que vem ocorrendo em relação às suas respostas aos meus comentários. O que importa na verdade, é você saber que para mim e para milhares de pessoas você sempre será uma das nossas mais queridas heranças intelectuais. Abraço!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Hoje, na tentativa de encontrar algo para ler da minha amiga e professora Dona Lúcia, deparei-me com a presente homenagem a qual, diga-se de passagem, belíssima.
    Pois é, Dona Lúcia foi e deixou saudades a todos nós...

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.