domingo, 11 de setembro de 2011

Eco Ação, Equação, É coação

“Se não se arrependerem, todos vocês também perecerão” Lc 13.15


Eco ação: nada a ver com ecologia. Tratamos do ato que é repetidas vezes reproduzido. Ação com eco. Ação que repercute porque vai de encontro ao anseio da maioria.

Aconteceu na candidatura do Tiririca. Eleitores metidos a engraçadinhos, ou que têm vocação para o voto de protesto tomaram uma atitude que reverberou e fez do deputado o palhaço mais eco agido do Brasil. É coagido? Eu não disse isso! Quis dizer: agido em forma de eco. Tiririca coagido? Não! Tem perfeita noção de que está se empregando.

Sou péssima em cálculos, mas acho que a coisa chega na seguinte equação:
E2002 = SI x IM
QP =/= de QE; QE² = FPBP = FD > FP
∞FPBP = NFD = SFVpI

Tradução: ELEIÇÃO a partir de 2002 é igual a SEU IMPOSTO sustentando o INCHAÇO da MÁQUINA. Onde QUEM PRODUZ não é QUEM ELEGE; e onde: QUEM ELEGEU, ao quadrado, muda de categoria e se torna FUNCIONÁRIO PÚBLICO BEM PAGO, que é igual a FUNCIONÁRIOS DESPREPARADOS em maior número do que os FUNCIONÁRIOS PREPARADOS.

Donde se conclui que a possibilidade de INFINITOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS BEM PAGOS é igual a eNe FUNCIONÁRIOS DESPREPARADOS (ou com forte desejo de se despreparar pra passar à categoria de BP) que é igual à SENSACIONAL FALTA de VERBAS para INFRAESTRUTURAS.

Não sou economista, mas essa Teoria traz um descompasso: o crescimento de um país que já se encontra doente (sem possibilidade de recorrer à saúde pública, ao saneamento básico, a ampliação e manutenção de estradas, a energia que sobeje, escolas capazes de valorizar a um tempo alunos e professores, estímulo ao bom desenvolvimento das forças militares, policiais e judiciais) baterá de frente com a falsa aparência de crescimento econômico gerado por população bolsista e eleitoreira cujo gasto ínfimo, somado, oferece a ilusão de maior poder aquisitivo. Mas, que no todo, produzirá cada vez menos bens que possam virar moeda; seja em quantidade, seja em qualidade.

O governo atual derivou de um bonito movimento e, no meio do caminho, porque tal política não vingou no mundo, criou forma nova de “lidar” com o povo.

Tudo bem, os eleitores sérios já engoliram Cacareco antes. Em 1959, elegemos elefante branco, digo, rinoceronte, para o Congresso. Pode-se eleger antas, qualquer animal do zoo (pobres animais enjaulados sem opção que não seja a de aceitar o indigno destino). Voto de protesto é legítimo, fazer o quê? O que não pode ser é ver que há mais congressistas que não sabem o que os levou até lá.

Por exemplo, Lincoln Portela finge não saber que todo ser humano é da área da cultura. Ora, em questão de cultura, cada um tem a própria. Como em educação também, cada qual tem a sua, inclusive total falta dela. A proposta indecorosa é que diante de um país carente em ambas as áreas, por pura vontade de aparecer, ele indique alguém tão sem conhecimento geral na área de Educação e Cultura. Nem se fosse para a Comissão Sobre Palhaços Mal Alfabetizados Tiririca estaria capacitado a integrá-la, porque comissões não são passarelas de desfile dos problemas nacionais, mas sim mecanismo para se apresentar soluções.

É preciso, portanto, saber lidar com esse novo tipo de zombaria. Una-se a eles, disse alguém.

Unamo-nos!

Criemos o SPIB (Sindicato dos Pagadores de Impostos do Brasil).

E a partir da instauração do SPIB votemos greve até que se faça melhor uso do que o Leão nos toma (aproveitem enquanto há o que tomar!). SPIB já, para que a melhor eco ação seja a de ninguém ser coagido a ver o suado imposto mal distribuído e os míseros anseios nacionais mal representados.

Eco aja. Custa sonhar?


CURIOSIDADE?

Nenhuma, posto que estou sonhando.

Mas gostaria de acordar e descobrir que os políticos começaram um movimento para segregar e afastar os corruptos dentro de cada departamento, dentro de cada pasta, dentro de cada partido, dentro de si mesmos.

(crônica de Cecilia Ferreira, publicada em março de 2011 na coluna Tête-à-tête, do jornal Folha da Região)

6 comentários:

  1. Isso! Grite bem alto os teus sonhos que... se forem ouvidos cobrarão impostos sobre eles também. Depois vão dizer que a culpa é do queijo. Não é assim que eles resolvem as questões? Pelo que sim, pelo que não... não custa nada ter uma ratoeira por perto.
    Rita Lavoyer

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  2. Ah,Rita!! Que delícia! Adorei seu comentário! r*** Mas bastaria uma reles ratoeira? Eta se fosse assimfácil! r***

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  3. Oi, Cecilia, vi agora o seu post sobre meu livro e gostei muito.
    Obrigado por falar de mim :)

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  4. Oi, Cecília, embora você admita no final do texto que esteja sonhando, a tua exposição de motivos aliada a outras manifestações congêneres representa a indignação da maioria dos brasileiros e acredito que algum efeito deverá surgir pelo menos a longo prazo. Parabéns por tão brilhante performace literária.

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  5. Pedro Mouro, você, tão menino, já é um escritor abençoado.
    (quem quiser saber mais do gibi de Pedro, com suas ilustrações que contam a história de Araçatuba, pode ler a crônica neste blog, dentro do marcador Letras dos Araçás)

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  6. Antenor, caminhando e cantando? Sonhando também. Quem sabe uma fagulha faz uma fogueiira?

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.