segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CRIME E CASTIGO

“O ímpio recebe um salário enganoso, mas, para o que semeia a justiça, haverá galardão certo.” (Pv 11.18)

Em Crime e Castigo, livro do russo Dostoiévski, o personagem principal, Raskólhnikov, é um ex-universitário inteligente e sem recursos que, numa teoria toda própria, convence-se do direito ao crime. Acredita que num estágio de superioridade é permitido esmagar um indivíduo inferior desde que essa morte beneficie a sociedade.

Assim o personagem mata para roubar; mas termina por se entregar, porque seu verdadeiro castigo está na culpa e na tortura psicológica que o assalta em pesadelos e horríveis delírios. Eis o homem dividido em sua contradição.




Talvez isso ocorra na vida pública. Talvez após a eleição, ou mesmo antes, o dinheiro fácil e sem dono aparente faça algum candidato vacilar entre o idealismo e a ganância.





Para o eleitor a cidade é sua casa e quem cuida dela deve limpar, ajardinar, asfaltar, manter, promover escolas, projetos sociais, ampliar postos de saúde, hospitais, equipamentos, etc. Mas, sem moral, candidato eleito é igual a eleitor sem poder.








Como descontar as horas não trabalhadas, o asfaltamento não cumprido, o local de lazer não proporcionado?














Descontemos na fonte em que bebe o Leão.

A escola não cumpre o seu papel?
















Dedução.











As estradas não funcionam?









Que o governo dê Adeus à TRU...












Afinal, quem falta ao emprego é descontado, ou demitido, não?

Vai faltar caixa?

Abatimento neles! Um bocadinho a menos no salário de prefeitos, vereadores, deputados, senadores...

Eles nos devem a obrigação de equilibrar as contas.

Não foram eleitos para usarem o seu dinheiro em cabide de empregos, reeleição e outros desvios.

E se o político não cometeu peculato, mas se cala e não procura impedir as desonestidades é ineficiente ou conivente. Menos salário nesse também!





Ah, se sonhar solucionasse problemas!











Como castigo é coisa de romance, e os crimes existem, devemos lutar com as armas que temos.

Por exemplo, pesquisadores de diferenças entre os sexos, constataram que o homem é capaz de mentir cinco vezes mais que a maioria das mulheres, e que estas têm dez vezes mais capacidade para detectar mentiras.

Se as mulheres, que equivalem à metade da população, usarem seu dote em farejar mentiras para selecionar candidatos ou candidatas (que mentem cinco vezes menos, mas também mentem) a coisa toda vai melhorar.




Porque, errar é humano, mas, vamos e venhamos, reeleger a escória moral capaz de cometer toda sorte de abusos e desvios financeiros e éticos é culpa exclusiva de quem vota.






E se castigo, não vem mais a cavalo, poderá vir a voto.






Voto impensado é crime? Pode não ser, mas a rapidez do castigo mudou.



Não vem mais a cavalo, vem nas ondas.





Vem em ondas mais rápido do que a cavalo, digo, a urna eletrônica impensada ou interesseira é o castigo do eleitor.




Votemos bem.


Curiosidades:

• esta crônica, de Cecilia Ferreira foi publicada no jornal Folha da Região em abril de 2008;
• de lá para cá ainda não aprendemos a votar?;
• se sim: que pena que esta crônica esteja cada vez mais atual...

6 comentários:

  1. Sim...não aprendemos e o corpo do delito é a cidade cujo asfalto , que já foi motivo de orgulho, está nas últimas. Sem falar em DAEA, mala de dinheiro, falta de grana suficiente para os projetos da cultura...o crime é qualificado.

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  2. Boa tarde, Cecília! Venho parabenizá-la pelo seu maravilhoso blog, onde terei o privilégio de viajar pelos seus escritos sempre sensatos, reflexivos e de rara beleza. Relativamente à esta belissima crônica, é fantástica e providencial a analogia feita entre a vida pública e o personagem de Dostoiévski. Meu carinho e meus aplausos!

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  3. i robi udi vai!
    i robi ude vem!
    no bolso ou no hobby de alguém.
    é rima pobre como pobre é o meu jeito, sô!
    mais antis pobri do que mar assalariado.
    se iscrevo tão errado mais errado é o erário,
    que ele próprio nem sabe o que que é, porque é mandado por manés pras chaminés, virar fumaça,
    porque tudo que vem do suor alheio, pra governantes parece que é de graça.
    Eita pobreza sÕ!
    dá-lhe relho.
    Rita Lavoyer

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  4. Tava sentindo a sua farta!
    Porque nóis,os Udi sem robe, que prefere os pé-no-ar, e se farta de tanto fartar ar, saúde, iscola 'limpa', qué ponhá os pé nas farta de asfarto. In antis que nóis infarta pra todo o sempre!r****

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  5. Amém e óia: Trate de salvar este texto no seu rascunho e quando o seu netinho começar a dizer gugu dadá ensine-o a postar texto no blog, porque este( se não acontecer mais nenhuma mudança ortográfica no caminho pra fazer jus ao meu comentário bem escrito), em 2022,33,44 será o mesmo, sem pôr nem tirar nenhuma vírgula.
    Óia! Trate de falar pro netinho, republicar com os nossos comentários, viu? Pra fazer homenagens póstumas. Afinal de contas, também somos parte integrante do texto e da situação.
    Uai! E os nossos direitos?
    Ah, homenagens pros de cima aí, eu ainda duro muuuito.
    Rita Lavoyer

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  6. Rita, os seus e os meus netinhos nao vao falar gu-gu da-da, vao falar contolCe contolV, ou kopi peiste! r****

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.