segunda-feira, 20 de junho de 2011

Férias (o que fazer e onde ir?)




Oba, férias!

O que é isso?, ouvi alguém perguntar.

Bom, pra entender e explicar direitinho fui lá no dicionário.




Falando em dicionário, antigamente a gente, criança, pegava aquele livro imenso, pesadíssimo, cheio de páginas e tacava a folhear. Agora basta um clique e botar pressão numas teclinhas de nada.

Ah, como vida ficou fácil.

E as férias, também ficaram mais fáceis?

Enfim... O significado de “férias” no dicionário é: Certo número de dias consecutivos destinados ao descanso após um período anual, ou semestral, de trabalho ou atividades.

Oba! Isso só pode ser coisa ótima!

Botemos o bestunto (ainda usam dizer bestunto?) pra funcionar. Será que é bem assim?




Talvez dependa da idade que se tem, de estar casada com filhos,sem filhos, se a viagem é com o(a) namorado(a)...

Se for com amigos está fácil. Sempre tem um que já pensou no caso, organizou, e agora está convidando a turma. Basta fazer as malas!



Se for viagem de namoro, o lugar importa?


Se for lua-de-mel o lugar importa!


Todo mundo vai perguntar: Pra onde vocês vão?

Então procure um lugar paradisíaco.

Desses que há milhares.

São muitos os hotéis pelo mundo especializados em colocar pétalas na sua cama, perfume nos seus lençois, maciez no seu roupão, e champagne na geladeira, com taças de cristal sobre uma mesa que, na frente de uma janela imensa, descortina uma vista de mar e vegetação em combinações estonteantes.


Não estou brincando, é verdade.
Olhe na internet e vai ficar sem saber qual escolher.
Aproveite e lembre-se que para a maioria de nós, lua-de-mel é só uma vez na vida.







Férias! Então tá!
Primeiro, você que aqui lê: que idade você tem?
Se você chegou da escola, atirou a lancheira pro altoe gritou na mais pura alegria: Férias!!!!




Escrito assim, cheio de exclamações e com um sorriso no rosto, você é aluno e férias é mesmo coisa real, tátil e boa. Sejam as férias no quintal de casa, na rua com a turma, ou numa viagem com os pais.

Quando minha geração foi criança viajar com os pais significava ir pra onde eles tinham família, se morássemos longe dos nossos avós, claro!

Ou ir pros lugares da moda.

Pra quem morava em São Paulo os lugares da moda eram: Campos de Jordão e Águas de Lindóia (Lindóia com acento, porque naquela época usava-se ter acento nas ideias e noutros ditongos abertos em palavras paroxítonas de cérebros pensantes e escreventes).

Pra quem morava no Rio de Janeiro eram: Petrópolis e Caxambú.






O chique mesmo, pra paulistano, era ir pro Rio de Janeiro. Como lá em casa tínhamos família nas duas cidades achava muito normal que nossas férias fossem viajadas e animadas.

Os pais? Permaneciam trabalhando, fosse nos escritórios, fosse nas residências, alguém tinha que cuidar daquelas crianças desarvoradas diante de tanta liberdade.

Hoje?

As opções são milhares, a preços módicos a endividar em alegrias e cartões a mil neste Brasil.


A sensação que se tem hoje é que férias para adultos foi invenção crescente da nossa geração: fruto das facilidades da vida engendradas por gerações de pessoas extraordinariamente batalhadoras e úteis.

Naquela época em cidades pequenas, praticamente sem perigos, os rebentos se sentiam no paraíso. Férias tinham seu custo financeiro, mas era pequeno.

Qual criança viajava para fora do país? Raro era ouvir falar.

Mas, na linha do “que idade você tem?”, e hoje quem atira a lancheira pro alto é o seu filho e não você, férias são outros quinhentos.

As opções para adultos casados que têm dias consecutivos destinados ao descanso variam sob certas condições:

1 - Se você tiver muita grana despache a gurizada pro acampamento de férias, ou deixe com a babá, e se mande pra Dubai, que é carésimo, mas tá na moda e, com o mundo rico em crise, barateou.

Sei, sei... Entendi... Você é do planalto palacial e não sabe falar “dubaiês”? Não precisa fazer feito o personagem do conto de Machado de Assis, que fingia falar "javanês", não.

Pode falar português mesmo, por que lá brasileiro é o que mais tem.

2 - Mas se sua casta for inferior, digo se você não for um cotista bulingzado, preconceituado, ou discriminado; for apenas um brasileiro supermestiçado, meio branquelo, de cabelo meio liso / meio cacheado, trabalhador de fato, não de boca, pagador de impostos, e ainda assim tiver alguma bufunfa (isso não se usa mais, tenho certeza – quero dizer, não se usa mais a palavra bufunfa; bom... alguns outros nem usam bufunfa... pra quê? Se têm bolsa-tudo, ou cartão-paga-homem-público?)

Hein? Ah... você é daqueles que mal tem carteira, que dirá bolsa? Ah, que dó, que dó, que dó!

Então você volta a ter duas opções:

1 – Dá para mandar os rebentinhos pra casa de alguma avó?

Não?

Então convença o seu marido a dividir com você o pagamento de mais uma viagem a perder de vista.

Deixe encavalar as prestações com as das três últimas viagens, fazer o quê? A vida é linda e o tempo é curto. Tudo bem!


2 – Não tem com quem deixá-los?

O jeito é passar as férias com seus filhotes, mas não tente fazer do seu descanso a inatividade deles.

Não os leve de hotel em hotel

numa viagem dessas de pacote de sete dias conhecendo dezoito capitais europeias.





Ou, se não resistir mesmo, os leve e faça disso um prazer para eles.

O lugar ideal?

Qualquer um será bom o suficiente, desde que você, pai ou mãe, encontre tempo para brincar com eles, dividir sorrisos, apertos em abraços, beijos melados de sorvetes ou bolinhos.


Lembre-se sempre que o mundo é imenso, a grana se não curta deve ser respeitada, e os seus filhos recordarão de cada viagem feita com os pais mais pelo o contato físico e palavras amorosas.







Todo lugar magnífico é inesquecível porque tinha alguém do seu lado aproveitando aquilo com você!



Agora...



Terceira opção...

Se você for daqueles que tem o desconhecido e usadíssimo bolsa-férias, dê uma passadinha no Banco do Brasil e retire seu kit “viaje-contribuinte”.

Hein?

Nada de comemorar!

Que viagem para contribuinte que nada! Tá se achando, é!? É kit viagem por conta do contribuinte! Só os mais iguais merecem (merecer não é bem o termo... refaço a frase). Só os mais iguais podem ter.



Não se esqueça de colocar na mala os tíquetes do bolsa-vestuário-chic, e do bolsa-alimento-de-primeira-grandeza, não vá passar fome dentro do Tour D’argent
(não se esqueça “de demander une réservation”; traduzindo: não se esqueça de fazer a sua reserva, senão não irá conseguir jantar no mais antigo, entre os sofisticados, restaurante de Paris, nem mesm fazendo uso do bolsa-caixinha, ou do bolsa-alto-suborno).



Ah, se você não dispuser de um vice, não se esqueça de deixar alguém encarregado de assinar sua presença no plenário, porque férias eternas é para os safos.

6 comentários:

  1. Cecilia!

    Bom dia!

    Maravilhoso seu post. Adorei!!
    Meus filhos vão em sua primeira viagem sozinhos. Minha filha completa 15 anos no próximo mês e quer uma viagem e não festa de aniversário. Muito resolvida a anos. Então juntamos dinheiro e ela vai conhecer três países da Europa.
    Estou de coração apertado. O irmão mais velho vai com ela.Tomara que ela se divirta!!

    Belo dia!!

    Beijos,
    Elaine

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  2. Férias !!!!!!!! ???????
    Fui assaltada, cadê as minhas bolsas ??????????????
    Foi você quem as pegou, não foi Cecília ??????

    Encheu o texto de bolsas, e os meus ombros cada vez mais pesados e sem as minhas bolsas.Oh, carga!Oh, texto bão, siô!

    Rita Lavoyer - fui anônima aqui porque não consegui postar de outra maneira.

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  3. Elaine,
    Os filhos depois dos quinze nao sao mais nossos, nos eh que somos deles. Fique tranquila ela vai aproveitar cada segundo e voltar mais experiente, segura e feliz! (ainda mais viajando com o irmao). Bjnhs

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  4. Rita! Que bom que veio me visitar! Olha, se tiver umas bolsinhas sobrando por ai ta cheio de gente querendo entrar na fila pra carregar! r***Adorei seu comment! Bjks

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  5. Oi, Cecília, a palavra férias parece ser impregnada de um magnetismo incomum. E aqui, você faz uma bela narrativa a respeito e ainda com explicitação minuciosa sobre o significado. Senti um desejo imenso de viajar...

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  6. Você está sempre viajando pelas palavras! r*** De toda forma a primavera vem aí! Época de preços em conta e clima agradável!

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.