terça-feira, 29 de maio de 2012
BANDEIRA
Medíocre esta mania
de dizer sempre a verdade.
A verdade é roupagem
que veste àquele a quem falta
total imaginação e,
embora esteja sempre
carregada de razão,
será o acessório inútil
do provável perdedor.
Medíocre esta mania.
À verdade falta cor
e o dom da pluralidade.
Descrente das formas várias
- sutis contornos intensos -
daquele que não se verga,
perde o mistério atraente,
mas incoerente e denso,
que envolve a omissão.
Verdade, bandeira triste.
Não a carregues em riste
(minha grande companheira
hoje é a ilusão
- mas, postumamente,
acredite) -
eu sei deste sofrimento.
Fui medíocre.
Longo tempo.
* Cecilia Ferreira.
* Publicado em Instantâneos - Inssurreição - ed. Masso OhnoDos poemasDos
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Verdade.
ResponderExcluirObs.quer dizer, verdade mas nao tem nada a ver com o" fui medíocre "...Deus me livre e guarde.
Amém! kkkkkk*****
ResponderExcluirQuestionando-me do real valor da VERDADE... quando vemos tanta maquiagem nas palavras...
ResponderExcluirBj. Célia.
Ah, como nos maquiar disfraçando-nos de nós mesmos? Nem as melhores tintas do melhor esforço! Bjs, Célia! ;)
ResponderExcluirÉ...a verdade é uma bandeira muito triste sim...a ilusão é tão linda e tão alegre...
ResponderExcluirA verdade é uma faca afiada.
Fiquei tão tocada que nem me despedi...rs beijo, querida demais!
ResponderExcluirE outra: faca afiada é muita cacofonia...não? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirFaca amolada, substituiria sabiamente o poeta! Bom dia, querida!
ExcluirOI Cecília,
ResponderExcluirVocê externaliza muita coisa que sinto e jamais seria decodificada de uma maneira tão verdadeira.
Bjus querida
Paula, muito bom escutar isso! Bjnhs
ExcluirEm versos de rarissima beleza poética, aí está um aconselhamento de valor incomensurável. Valeu, Cecília
ResponderExcluirMaria. Meu carinho e meus aplausos!
Super agradecida pelo carinho com que lê minhas tentativas.
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