segunda-feira, 5 de março de 2012
PROFECIA
E precisavas levar tão a sério
a série de impropérios, dardejantes,
que eu lançava,
abrasada por tua imensa culpa?
“Não foi nada!”,
me dizias,
mas era tua a mão que estava fria,
pálida de falsidade,
e plena de fantasias
vividas em outra pele
(de obcecada Sibilia)
nauseada na visão.
“E por que te arrepias?”, perguntavas,
certo do teu poder do teu fascínio;
e mais me exasperava a tua não
sensibilidade à minha agonia
que o fantasma da outra (seduzida
em meu espaço – esse!
dos teus braços)
farto em ousar pernoites, moradia.
Recomposta pela imensa saudade,
“Não foi nada”, digo-te eu.
serei tua profetisa,
serás o meu filisteu.
Curiosidades
• Poema do livro Vinhos; em Amaros.
• Cecilia Ferreira
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Cuidado, se bem me lembro Fariseus e Filisteus eram farinha do mesmo saco.
ResponderExcluirIsso, isso, isso, diria Chávez, o que tenta fazer rir propositadamente.
ResponderExcluirLembra da última aula, José Hamilton? Ironias.
Abraço
Mesmo em face a condenáveis desatinos ambos cumprirão incólumes a suas sinas. Que belo versejar, Cecília.
ResponderExcluirO bom da poesia é viver todas as possibilidades! O bom da vida é imaginá-las! Sbraço e boa sorte no lançamento do seu Prisma Poético
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