quarta-feira, 14 de março de 2012

O POETA E A NAVALHA

e ela interfere
na morte e na vida
do alvo-opção

(a prata rebrilha
na mão do poeta)

é ela quem corta,
ferindo a ferida
entende que afaga
a presa dorida,
destila veneno,
fornece guarida,
os males apaga,
da alma sofrida
penetra no seio,
àquele que abriga
confrange, ou conforta

(na mão do poeta
cintila o metal)

é pena que aporta e estanca
sanguíneas chagas de amores
e afoga cantando
a quem se quer mal


(a lua, cingindo,
reflete o objeto)

CURIOSIDADES:

* Poema do livro Instantâneos (em: insurreição) - ed. Massao Ohno

9 comentários:

  1. "...e afoga cantando
    a quem se quer mal"

    Perfeita tradução, Poetisa. Bjs r***

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  2. Belo blog, belos dizeres. Gostei do ambiente, o clima instigante, se é que posso colocar desta maneira. Dá vontade de estudar...rs

    Vou segui-la, sinta-se a vontade para visitar-me se desejar. Cuide-se.

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    Respostas
    1. Raro encontrar quem tenha verdadeiro prazer nas letras. Sigo-o, claro! Abraço.

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  3. Raro? e nóis do grupo experimental e escrevivencia? nóis têm muito.

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  4. Vamos contar, José Hamilton? Dedinhos das mãos e dos pés apostos, precisa muitos mais? r***
    Você é raro amigo, como não?

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  5. A tua sensibilidade poética é tão profunda que afaga a alma do leitor, Cecília. Obrigado por nos brindar com obras como esta.

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  6. Que observação carinhosa! Muito agradecida pela visão!

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  7. Que leitura catinhosa! Obrigada pelo sentir, amigo Antenor!

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.