sábado, 26 de novembro de 2011

CULPA NOSTRA

“(...) o governante inquire, o juiz se apressa à recompensa, o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores.” Miquéias 7.3




Certa vila cresce, e é só felicidade.

Feliz Cidade terá governo próprio, de acordo com seu júbilo, trabalho e criatividade.

“Que maravilha!

Cidade modernamente auto-sustentável.

Ah, são muitos os possíveis bons dirigentes...”.



Homem proeminente,

Naumprobo,

descarta a candidatura para não ser pivô de alguma tola questiúncula,

mas ajudará na campanha do que trouxer a futura câmara nas mãos porque, conforme diz ao Conglomerado Empresarial, não quer correr riscos:

“E se aprovam lei que obrigue minha empresa a retirar-se da margem do rio que atravessa Feliz Cidade? Meus dejetos nem são tantos assim!”.



Narcisastro,

já astro e ocupado,

do alto de sua Empresa Comunicacional informa:


“Sarna administrativa? Quero não, mas, mui gentilmente, ofereço meus

noticiários para promover a imagem do escolhido. O povão saberá por nós

quem é o melhor!”.







Já o possuidor de quase toda a educação privada de Feliz Cidade,
Infulgêncio, afirma: “Gostaria muito, óbvio, mas tenho família, não quero
ver meu nome em boca de Matilde”.









Alguém sugere Aquiles, reconhecido por sua honestidade, decência e
capacidade de trabalho, que, além de amar o lugar de seu nascimento, manja
de administração.






Ah, agora sim!

Não?!

Não!






A recém-criada ARBI, cujos associados também pertencem à ACPCPC

Associação de Candidatos a Preencher Cargos Públicos e de Confiança), não

aprova ao concluir que:
a) Aquiles já é rico, não precisa de cargo remunerado;


b) Aquiles já é bem relacionado, não precisa ser reconhecido;


c) Aquiles não é dado a fazer acordos pessoais o que dificulta
muito qualquer futura, digamos, acomodação das partes interessadas;


d) E, isso de Aquiles ser de fato honesto, bem intencionado e decente de

verdade talvez nunca possa ser provado e, portanto, esses calcanhares,

digo, essas características inúteis não preenchem os pré-requisitos de

cargo tão necessitado de altas qualidades e patentes.



Diante dessas premissas o Conglomerado também veta a escolha de
Aquiles: “Afinal, quem pode ser mais pernicioso que um sujeito que não se
sujeita?”, perguntam à boca pequena.


Cidade, agora gerida por representantes da Associação de Repressão aos Bem
Intencionados, tem novo desafio (promoção da própria ARBI): encontrar para
Feliz Cidade um nome à altura de sua evolução.

Ah, sim! Para participar do concurso, cujo prêmio está estabelecido em 500

mil dinheiros, é necessário ser associado da ACPCPC.


Curiosidades:

* Ainda não descobrimos qual partido político está se perguntando "do que a CIDADE PRECISA? "para escolher seus candidatos.

* Destino de Feliz Cidade, a continuar assim? (vide foto)



* Tendo sido publicado há algum tempo pela Folha da Região, na coluna Soletrando, e aproximando-se as próximas eleições, pouca coisa mudou.

* Este artigo não ofende os bons políticos, portanto se você é político e se ofendeu você não possui os requisitos ideiais para representar o povo.

* Se você, como eu, é apenas um eleitor mal representado façamos juntos os nossos votos de bom futuro pela boa escolha: Que encontremos armas do bem para combater o mal do mau político!

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