segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CARPE DIEM



O nosso querer, tão exercitado sob o sol ardente, o que teria sido sem os mil desvios de pensos percalços?

O que teria sido desse amor amado se ele se ausentasse ao ser desafiado a rolar ladeiras? E, no estagnar-se doce, fragilmente, em largos remansos, se esquivasse aos gansos que nos atiraram pelas corredeiras, nos tornando carpas em vis ribanceiras refletindo ao sol o brilho das dores de esforço e prantos por mais de uma vez?

Mesmo quando houvera apenas uma escolha na desconhecida alameda à frente cheia de declives, mas de ascensões, sem essa saída o que teria sido o tempo vivido?

Dos, meu e seu, corações, se unir não fosse meta, vez a vez que um e outro sustinha, minha ou sua, sua ou minha, quando um de nós se detinha diante das grandes questões: quem eu sou?, onde é que estou?, aonde é lindo?, o outro vem vindo?, o que é que eu quero?, como se guarda a memória na garganta, que hoje é tantas?

Sua vida é meu pleito e minha história. E essa nossa lida, que de nós se encanta por esse querer, soa tão bem como a afinação fazendo sorver cada grande susto, traz o mundo justo, em encaixe perfeito, eu na minha forma, você no seu jeito, eu dentro do seu e você no meu peito.

Cecilia Ferreira
28/11/2011

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