sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

HISTORICA DOS NÃO MARICAS







E agora amigo Chico,
e agora Caetano...

Tanto tempo navegando pra cair

nas mãos da escória?

É triste que lutas passadas
cravando desvios no solo
tenham assim desaguado
em mãos de aparelhados
pobres paus de tão,
nariz e faces,
comandados do vil metal.


É preciso ter coragem
dar a cara à palmatória
deixar de aplaudir bandido
voltar a fazer história,
contrair novo ideal;
decências em transcendência.

Faltam versos de enfrentamento,
faltam rimas de memória,
faltam atos de futuro;
que estórias da carochinha
são boas pra criancinhas
conhecerem o desdouro
do inimigo apaixonado
tão somente pelo ouro.

E agora Chico caro,
e agora então Roberto...

Onde se esconde a tal força
que das curvas de Santos sabiam
de cachos mais do que espertos
que sem lenço, ou documento,
enxergavam de ponta cabeça
o mundo do jeito mais certo?

E agora bravo Vandré,
onde as construções?

Onde a infraestrutura
que o país tanto precisa?
Será que faltarão letras
que encantem novos caminhos,
ou que orientem labutas
para que a vida nos seja
mais que do ganhar colares
e ver brilho em espelhinhos?

Caminhamos, cantamos,
e apesar de vocês
fomos de encontro
(outra vez?)
ao passado?

Dentaduras e botinas
ainda são bons trocados,
ou é melhor gasolina
para motos que circulam
batizadas por santinhos
e votos de barca furada?

Nome, hoje, se troca por nada,
até mesmo por lixo
nesses tempos sem Bicudo.
O Hélio em nós que não se cale,
quando o mundo quer restar mudo.

Quem fez do ideal da nação
essa cama de gatos,
que mantém ancinho e machado
a encher às tampas as burras
do sujeito que a todo pleito
teme não ser reeleito
e vai transbordando em bicas
seu campo seco, minado
por explosivos impostos
crescentes e contaminados?

Cornucópia de ganâncias quer manter
esse estado de falsa democracia.

Vamos derrubar Pandoras,
vamos fechar-lhes caixas e caixinhas, 
pular a amarelinha até tocar o céu,
e voltar a fazer história.

Caminhemos, Cae,
cantemos, Chico,
plantemos somente sementes,
que flores  hão de brotar
mais uma vez Vandré!
Se preciso que seja a pé!

No enfrentamento
nunca desalmados
(como foi feito uma vez)
na defesa
jamais desarmados
como deseja o palácio
da cachaça e do circo da bola.

Desarmados jamais
para que a todo insistente
as calças não nos sejam curtas.
Já pulamos tanto brejo...

Então é mudar trajetória,
 (para que Abrantes
e seus aquartelados
nunca mais se instalem).
e quanto antes,
para legalidade da paz,
melhor!

Que amanhã será novo dia,
de um novo tempo
de reais investimentos em energias
do sorrir.


Cecilia Ferreira
Araçatuba 12/12/12






11 comentários:

  1. " Que o amanhã será um novo dia"...
    Uma coisa que o ser humano tem e que Deus não tem por ser onisciente, é a esperança.
    Esta bela poesia é um convite a que tenhamos esperança...mas ta dificil.

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    Respostas
    1. Outro dia me ocrreu que a desesperança éo ontem da ação!
      Não custa continuar credno! :)

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  2. " Que o amanhã será um novo dia"...
    Uma coisa que o ser humano tem e que Deus não tem por ser onisciente, é a esperança.
    Esta bela poesia é um convite a que tenhamos esperança...mas ta dificil.

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  3. ... Lendo sua bela poesia de contrastes e metáforas vividas por toda uma geração da Tropicália, de levantes estudantís e sociais, crê-se que precisamos terminar o canto: - ..."vem vamos embora/ que esperar não é saber/ quem sabe faz a hora/ não espera acontecer"... Um novo Coral, talvez!
    Bj. Célia.

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  4. Evocação sublime, com uma poeticidade das mais admiráveis por atitudes decentes, tão ausentes em nossos dias atuais. Levanto-me para aplaudir-te, Cecília.

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  5. Exortação aos de raça! creio, pelo que entendi! sejam eles homens ou mulheres. Passo para desejar-lhe um Excelente Natal de todos os dias! com raça e garra! Já que não lhe faltam, esparrame-as!

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.