domingo, 29 de janeiro de 2012

Cadência


Dorme, querida,
o justo sono.
Enquanto dormes
quero que fiques
imperturbável.

Eu no meu canto
de susto em pranto
vou recolhendo
certa alegria.

Teu ressonar
embala em voo
meus pensamentos.

Se és feliz
nestas tormentas
eu me afogo
noutras marés.

Por mil caminhos,
meu anjo amado,
vê se resolves
os teus problemas
enquanto eu velo
quieta - descrente
destas estrelas
em vão cadentes -
os teus desejos
inacessíveis.



* Poema do livro Instantâneos, tópico Revés.

7 comentários:

  1. A tua aflorada sensibilidade emociona, Cecília. O teu pensar voeja em sonhos, enquanto em tormentas,outros sonhos morrem tristonhos. Abraços!

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  2. Ahhhhhhh...Belíssimos versos, de doer na minha alma. Beleza às vezes também doi...rs Beijos, querida.

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    1. O que posso dizer, queridos Antenor e Maria Tereza, é: como é bom ter amigos leitores carinhosos.

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  3. " Eu no meu canto de susto em pranto vou recolhensdo certa alegria".
    Só mesmo em lindas poesias. Na vida real...Vai procurar sua turma, sujeito.

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  4. José Hamilton, Talvez seja um sentimento mais maternal. Coisa de mãe pouco homem compreende! r*** Tipo aquelas que ficam velando o rebento dormindo e desejando que nada o incomode, que nenhum dos seus desejos, por mais inconcebível que seja, possa lhe ser vetado... Abraço

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  5. Coisa de mãe a gente sente mesmo sem entender...pena que mãe, só uma. Estou sendo ingrato: eu tive três: aquela que me concebeu, Idalina Costa, minha avó Ana Vieira e sua filha, minha tia e madrinha, Elza de Brito Zonetti. Juro que não sei qual delas me amou mais...e qual eu mais amei.
    Quer saber mesmo: sou um sortudo.

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.