domingo, 29 de maio de 2011

o ESPELHO da ALMA





“ O Senhor é quem te guarda...” Salmos 5.121

Então hoje você tem aquela festa lotada de gente! Sabe que vai ser a melhor. Boa comida, bebida, e muitos conhecidos. Para alguns vai exibir a boa forma, a boa energia, o bom humor. Já de outros quer se aproximar para conhecer melhor e ver como são, como estarão, sobre o que conversam. Mas nada no mundo como os amigos. Então, telefona para uns e outros para saber se foram convidados, se irão. Combina de os encontrar; e de guardar lugares, uns para os outros.

Isso é o que a maioria das pessoas faz. E por quê? Porque o bom, depois de matar curiosidades e saudades, é estar entre os iguais. Ou entre os mais semelhantes a você. Porque só eles podem ser amigos de verdade, interagir com você, fazer com que se sinta bem. Iguais não na roupa, ou no poder aquisitivo, ou na intelectualidade, mas iguais no espírito. E estar com eles sempre, ou quase nunca, é indiferente. Quando está ao lado deles, em qualquer tempo e lugar, você se sente bem. São espelho, e como tal são refrigério para a alma.

Na natureza valorizamos o que é diferente. Quer apostar? Um diamante imenso é raríssimo, e por isso caríssimo. O Ouro é mais raro do que a prata, portanto vale mais. As pedras e os metais preciosos valem por sua pureza, e tamanho, e quanto mais raros melhor.
Já a natureza humana tem a tendência de valorizar o banal da exterioridade. A sociedade que privilegia o ser igual na figura. A figura não mais precisa ser pura. O importante hoje é procurar ter o mesmo peso e cor de cabelos, a mesma roupa de griffe e o sapato daquela marca idêntica, o jeans da loja tal e aquela bolsa (de plástico!) que –pasme – tem o valor idêntico ao de uma joia!

Você se considera normal porque é igual aos demais? Calma não comemore.
Avalie a sua semelhança. Note que o que o torna especial é justamente o ser um pouco diferente. Não se iguale aos que têm aparecido em manchetes fazendo tantas coisas deprimentes, deploráveis, pouco decentes.
Nós que erramos, mas queremos acertar, temos que parar de achar que temos que ser iguais.

Então você é comum. Uma pessoa normal e legal que mantém seus ensinamentos de ética, moral e amor dentro dos preceitos do amor de Cristo e a isso considera precioso. E traz, bem juntinho de você, alguém que outros não consideram normal? Se isso é verdade, você tem uma joia! Cuide bem!

Porque a joia humana é o ser diferente, aquele de quem o carinho e o amor brotam sinceros. Aquele que todos os dias no dá exemplo de superação, de alegria diante das dificuldades da vida. E só outros seres humanos maravilhosos, também raros, além de percebê-los como iguais, percebem-nos como preciosidades. Quem são estes? São muitos! São voluntários, de muitas instituições maravilhosas. São funcionários voadores de sonhos. Entre tanta gente e instituições podemos falar por exemplo da APAE.

A APAE de Araçatuba é muito especial, porque o trabalho de extrema dedicação é raro. Raro como o rubi, como a esmeralda, como a safira, e que raras e diferentes combinam entre si.

As joias da APAE são os especialistas que ali trabalham, os voluntários que se dedicam, e os atendidos que dividem suas dúvidas e sorrisos, lágrimas e certezas, só porque se sentem como em casa. Estão todos entre os seus.

Muitas vezes amamos nosso diamante, mas não sabemos como poli-los. A Apae tem as ferramentas e sabe como. Sabe que as joias da APAE são também pais, mães, irmãos e parentes que acompanham e convivem com cada preciosidade. Porque não existe o lapidar apenas um lado do diamante. Lapidar o diamante para que ele brilhe e mostre o seu melhor, é trabalho de especialistas, como é trabalho de quem traz a joia junto de si.

* Crônica publicada na coluna Tête-à-tête, de Cecilia Ferreira, no jornal Folha da Região em 29/05/2011

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