
No chamado ecocentrismo eco é a casa, o domicílio, o meio ambiente como o centro do universo atual.

Ego, o eu, o homem, a humanidade como umbigo universal foi o homocentrismo, filosofia ultrapassada. Seria?

Mestre e aprendiz raciocinavam sobre a sobrevivência humana.
Avaliavam a diferença entre civilizações mais e menos inventivas e capacidades de agirem evolutivamente, ou de seguirem dependentes da natureza ao longo da história.

O pensador crê que o homem se sente sempre o centro do universo, mesmo diante da evolução do saber. Mesmo tendo noção das infinitas forças naturais. Mesmo reconhecendo cientificamente o aumento das tempestades solares, o ser humano quer se achar o instrumento único do aquecimento global.

Sim o homem precisa usar a consciência ao relacionar-se com os animais e com o restante da natureza. Mas se ainda nem aprendeu a se relacionar com o semelhante?
Ou já não importa que homens continuem se matando e ignorando as dores alheias, que permaneçam se corrompendo e se beneficiando de dinheiros que não são seus aumentando o sofrimento dos muito carentes?
Ah, é, tudo o que interessa hoje ao universo é que se reciclem garrafas pet e saquinhos de supermercado!, concorda o aluno.


Faz sentido pensa o aluno: “Alimentos orgânicos e farra da sustentabilidade” seriam o novo “pão e circo” para o povo? Ecocentrismo seriam os estudos ecológicos vestidos para desfilar num carnaval de sustentabilidade homocêntrica? O Brasil, talvez mais do que outros países, poderia ter abraçado esse fantasiar?

Seriam eles os “eco-catastróficos”, brinca o rapaz e parodia: enquanto isso, na sala dos adeptos da “ego-eco-catástrofe” pensa-se em talvez afirmar que o vilão dos novos transtornos climáticos seja o tal fechamento “ozônico”. Só não encontraram (ainda) como voltar a culpar-nos por essa ação.
Bem, é que gostaríamos de ser assim onipotentes. Mas, as profundas alterações climáticas provavelmente têm pequena parcela de influência humana, segundo estudiosos honestos. E, se entre os chamados racionais não somos todo-poderosos, é dos criativos e/ou realizadores que tem dependido, senão a existência, o conforto da maioria de nós.

É na contramão da história que os “eco-ilógicos” pensam que o homem pode tudo possuir sem nada oferecer? Como se aguardassem que a natureza lhes despejasse no colo o alimento e o conforto de um iPad?

Ao menos até hoje sempre têm restado homens capazes de plantar, colher, e pastorear por lucro, mas pela fome no mundo, e muitos deles só sabem fazer isso de maneira racional e sustentável (pois disso depende o seu negócio), outros pensam em como fabricar um tablet de pouco impacto ambiental, custo energético menor, preços mais baixos para lucros compensatórios, etc; ou seja, alimento mais bem-estar e por aí iremos, avalia o professor.
É sabido que os partidários da beleza de se viver como índios não sobreviveriam uma semana no seio de uma taba sem ter sede de civilização, diverte-se o estudante, o “eco-vegetativo” é gente que repete ideias modernas e bonitinhas, mas desconhece o assunto e os interesses... E, professor, há solução?

A solução para a sustentabilidade do mundo, hoje como sempre, é clara como água. É matemática simples, continha de mais, qualquer criança entende:

* Da mesma forma se um planeta gerar mais gente do que suporta, não importa o quanto tente crescer em produção, jamais proporcionará um ambiente digno e com qualidade de vida para todos.
* A solução é o equilíbrio, entre as espécies. É perdermos a vocação de onipotência e enxergar que ratos em crescimento dentro de uma caixa fechada tendem a comer-se.
* Não pode haver no mundo mais gente do que recursos naturais. E os países inventivos e producentes tomarão as medidas cabíveis sem fanfarra.
E é isso, constata o mestre. Diante de tantas pressões e propagandas contrárias, diante de tantos invasores, e espécies de desmatadores de terras vestidos de bom selvagens, como das muitas devorantes burocracias, é preciso que nossas mentes inventivas e geradores de fartura resistam sem deixar-se esmagar.

Porque só eles podem ensinar, vinte vezes mais, com exemplos pessoais, que progredir é cuidar do próprio quintal.
Quem não sabe que qualquer animal com alguma inteligência não faz xixi onde dorme?, finaliza o aluno.
Curiosidades:
* Crônica publicada no jornal Folha da Região, coluna Porta-retratos, em 24/01/12