quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ADVERSIDADE





















Dez mil pés
e eu saltando
de cabeça.

Vamos logo, me ensandeça
você que sabe inventar.

Criador de tantos tipos,
projéteis e artifícios.

Quem nos sons do eco traça
a forma de me alcançar,
qual é mesmo o seu ofício,
navegador de qual mar
a programar seu torpedo
para atingir o meu medo
e de mim me desarmar?

(dez mil pés e eu saltando...)

E ainda que eu saiba de cor
suas falas e trejeitos,
seus doídos desacertos,
e a forma incoerente
de você argumentar,
aceito o louco mergulho.

Só você me quis assim
(dez mil, pés e eu saltando...)
para o seu e o meu azar.

* Poema do livro Vinhos.

4 comentários:

  1. Eu saltei...bati com a cabeça e morri. Mas como a fênix, estou aqui: lépida e faceira, vivinha da Silva, pronta para um novo salto. Meu conceito de felicidade contempla o risco.

    Beijo grande, belíssimo.

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  2. Maria Tereza,
    O importante do salto é o instante, a decisão, o fôlego, ou a falta dele, para a história da trajetória resta a observäncia dos resultados (obrigatórios e inevitàveis). Bjnhs, que bom que esteve comigo mais uma vez!

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  3. Eu saltei, bati a cabeça e nao morri...,.quanto a novo salto, o futuro a Deus pertence. Sou pragmatico, considero todas as possibilidades. E asim mesmo, bati a cabeça. Oh! Lord.

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Que bom que quis comentar. Pode esperar que logo respondo. Obrigadinha.