quarta-feira, 29 de junho de 2011

O melhor do Outono e do Inverno


Senescência.

Eta nome lindo!

Quando a oferta é muita o santo desconfia?

Pois é...

Nome lindo demais para condição biológica tão...

Vamos falar a verdade? É a condição mais aterradora que o homem já pressentiu, estudou, temeu, ou imaginou. Não?

Mal comparando pensemos na tortura.

As piores torturas, aos olhos do torturado, nem sempre se apresentam dramáticas. Só depois é que descobre...


Coloca-se lá o torturadinho amarrado debaixo de uma torneira com a água a gotejar, ping, ping, ping, dia e noite, noite e dia, até que ele confesse ou...

Bem, eram só gotinhas de água...

Melhor mudar o ângulo desta abordagem.



“Cheu” pensar num jeito mais humano de acordar meu cérebro embotado pelos... (a frase a seguir é coisa que tá no dicionário) “pelos novos métodos de aprimoramento pessoal em que o indivíduo pretende buscar, sem ajuda de outrem (hein?), soluções para problemas emocionais, superação de dificuldades”.

Vamos analisar a frase “sem ajuda de outrem”?

Na suposta ajuda de si para consigo, ou seja, sozinho, sem ninguém, você primeiro compra o livro do autoajudador, e está ajudando alguém a autoajudar-se financeiramente.

Mas tá valendo, caramba! Ajudar é coisa que, feita pros outros, nos faz bem em dobro, e não é balela. Depois...

Credo também não está funcionando este caminho...

Bom...


Ah, você curte um PPSs sobre a Melhor Idade? E acredita piamente que se a mente for jovem o corpo também será? Meu amor, minha amora, que bom!

Isso quer dizer que você ainda está na fase boa da vida.

Aproveite, porque das duas uma!

Ou você é jovenzinho (que delícia!) e é preciso curtir cada segundo, ou passou há pouco dos cinquenta e ainda respira a mesma sensação que Ícaro experimentou assim que se sentiu navegando no ar quente sem imaginar o que o sol poderia fazer com suas asas.




Será que foi a partir de Ícaro que pensaram no protetor solar? (na natureza nada se cria, tudo se copia, na linha dos cosméticos também).

Hein?

Cada pergunta que você faz!

Se você fosse a Dilma?

Ora! “Cheu” pensar... Ah... não tem governo que compre juventude, não, hein. No máximo compra umas plásticasinhas, bons cabelereiros...


Ah, é! Nisso você tá coberto (a) de razão! Ela nunca, jamais, em tempo algum, será senescente, senescenta no máximo!

Mas voltando ao assunto: sensecente e jovem? Só sofrendo de espelhomiopia (um problema ocular e de vista).

“Ocular, de vista”, redundância? Será?

Se passou dos cinquenta e cinco e usa óculos, você tem só problema ocular.

Se passou dos cinquenta e cinco usa óculos e no espelho está vendo um(a) jovem, então seu problema é ocular e de vista. Porque... vista você como vestir, seja mini-saia ou botinha sem meia, não há solução que o(a) salve.

Provavelmente você, jovem dos “enta”, procura não pensar quais olhos a terra não há de comer, mas pensa.

Ah o não pensar da juventude! Isso é o que nos fazia eternos.
Será que seria, não pensar, a solução?

Pensei, pensei, e conclui: continuar não pensando, enganado, é exterminar a única vantagem de ser velho.

Tá lá no Wikipedia: “O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o facto das células somáticas do corpo irem morrendo uma após outra e não serem substituídas por novas como acontece na juventude”.

Eu sei, eu sei... Eu também queria saber porque as danadas resolveram fazer greve de reposição quando tudo estava no auge!


Segue o louco Wiki: “Em virtude das multiplas divisões celulares a extensão de DNA que serve para nossa proteção vai diminuindo até o limite crítico, ponto em que a célula deixa de... e morre”.

Bom, wikipediando a verdade, a consequência em todos nós, mais dia, menos dia, é “a progressiva diminuição das funções e o aparecimento das chamadas doenças da velhice”.

A esperança de quem quer virar semente está em pesquisas loucas. A ciência já consegue ativar células saudáveis imortais (Science,1998).

Mas enquanto eles pesquisam, nós estamos aqui. Senescentes. E suportar a velhice depende de muitas coisas.

Pra começar acho que o certo é admitir mesmo: melhor idade coisa nenhuma! Só mesmo quem não experimentou para criar tal terminologia!

Pra terminar, juro pelo sagrado, a velhice vai ser ruim, ou pior (melhor do que quando éramos moços não tem jeito!), se na sua sociedade a velhice for respeitada.

Para nós da geração em que os velhos eram os depositários da sabedoria, e portanto dignos de valorização, é muito estranho que o depositário da sabedoria universal seja hoje uma caixa fria com teclas... em tela líquida.
Nem isso! Agora já é apenas um fino tijolinho eletrônico com símbolos e dígitos flutantes


Qual o primeiro sinal de envelhecimento em mim?

Os outros, claro!

Meu primeiro pior elogio, foi: - Nossa, querida, como você está bem!

Quase morri de susto, mas agradeci sorrindo àquela amiga carinhosa que tinha a certeza de que estava me fazendo um cumprimento agradável na frase carinhosa. Uma deferência, lógico!

Agora já acho bom "estar bem", é o melhor que posso estar, uai! Só que no primeiro eu ainda achava que podia "estar ótima"!



Mas soou a campainha...


Ou carrilhão: Blém, blém, blém!





Esperem! O que aconteceu com o bom e velho: - Desculpa perguntar... Mas ouvi dizer que você tinha quarenta e nove! Caramba! Ninguém diz, menina! Achei que tinha trinta e poucos!
Ou: - Cara, mas você é mesmo pai daquela moça? Pensei que ela era sua esposa.

(Nossa! Como se dorme bem nessa noite, a sensação é quase a mesma de quando a sua amada acha sua performance incrível, ou o seu amado a pede em casamento).


Mas enfim...

Diz on line: “Em que pese que, à luz do conhecimento atual, o envelhecimento é um processo inexorável e irreversível... A biologia do envelhecimento será considerada em detalhe em senescência."

Vou ser sincera, a palavra... senescência... é linda! Sonora e poética.

Acho que o ideal seria que parassemos de despender tanto tempo e dinheiro escondendo os efeitos do deveríamos considerar natural. No fundo sempre soubemos que o dia chegaria.

Acho que nós mesmos somos responsáveis pela desvalorização da passagem dos anos, já que perseguimos algo completamente impossível de ser alcançado.

Ah, sim, começamos a conversar isto porque queríamos saber o que de realmente bom nos restou.

O que pode ser aproveitado sempre e com alegria até o último minuto?

Vai depender do que fez da sua vida até o dia do seu aniversário depois dos cinquenta.

Porque seus maiores companheiros serão as suas lembranças. E elas virão, não se iluda você que é jovenzinho.

A mesma intensidade com que o frio das más ações nos torna amargos e desesperançados, as boas lembranças
aquecem nosso interior, nossa alma, nosso orgulho e fé no futuro de permanecer existindo e ser exemplo.

É uma pena, mesmo lindas (ou lindos) por fora, ninguém vai nos amar mais porque temos cinquenta, mas parecemos quarenta e sete...


Quando se envelhece é que se sabe o valor de ter sido bom, de ter feito o bem.
Essa sabedoria é a que deveria ser ensinada quando imortalidade era tudo em que acreditávamos inconscientemente.



Família primeiro, sempre.

E então o quintal, a rua, o trabalho, as festas, com seus muitos conhecidos, amigos,


pessoas que acrescentaram (e como as pessoas podem nos acrescentar!)

e às quais você se acrescentou.

Aí sim teremos nos eternizado de alguma forma.


Que autoajuda que nada!


Nossa melhor autoestima reside no todo que nós, e mais ninguém, fizemos das coisas simples de nossos dias.

Mas, geralmente, para alguém que não estava dentro da pele que cerca nossos próprios ossos.




Então amores e amoras, boas lembranças, pra vocês!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

BULA BRASÍLICA (boêmia em B)

Barbadinho beatíssimo,
berbigão,
beberava.
Bolando, bebemorava:
“Bulimia brotará bacana,
bastante bullyings, bulinagens...”

Baita bandalheira.

Berçário barganhando broncos.
Botaram babar bobagens:
“Bexigarão bestificados...”

Bah!

Brasília beneficiária,
baba-ovos,
benquerentes blasés buscando bem-bom
bajulando burrificados bestuntos:
bullyingadoradores,
bulinassessores,
big bazofiadores,
bradando:
"Babau babecos batalhadores!"

Besteira?

Babeiros babam
babélica Brasília,
boteco barra bagana
bombando bastante bem.

Brincadeira!

Benesses,
beneplácitos
babelizam big baiuca

Brasil balaio balandrão
bastardeando basofarias...

Basteemos:
bandeirantes,
baianos, bantos, benguelas,
bororós, banivas, bugres, botucudos,
banzativos baquaras brasileiros!
Basteemos!

sábado, 25 de junho de 2011

Aromas X Perfumarias




A mulher (de novo!?) na boca do povo.

Dessa vez não para reivindicar suposta igualdade, mas para reconhecer (enfim!) a patente diferença.





Quem afirma é a ciência.


Não fosse a ciência...






É uma vez a Mulher das cavernas que precisa alimentar seus filhos e não pode deixá-los a sós à mercê dos outros animais.


Devagar consegue que o Homem, no geral o pai, os mantenha.


Fica então (o pobre) para (quase sempre) responsável por todo o provimento, enquanto a dondoca, dizem as línguas, não faz nada o dia inteiro.


Eta! Nem haviam criado o espelho e já era tempo de maledicente.




Bom... Imagino que não fosse fácil para os feminis anseios trancar-se, dia inteiro, a cuidar da casa, dos filhos, marido... (o que não fazemos pela família?).




Dá-se a melódia. H-maiúsculo conta nos dedos:

– Caverna, clava, fogueira, penca de filhos e... uma mulher! Nasce a posse, nasce o machismo. Adeus liberdade!

Se já havia imposto de renda e H. fazia censo para o Leão eu não sei, mas...




Eis a coisificação da responsável pela procriação. Nasce a mulher objeto (nasce o espelho?).


Ela, na troca, não vê que chegará ao cárcere privado.



Um dia M. crê na liberdade que a Revolução Industrial trará e (corajosa), assume (além do que já faz) uma parcela do provimento.


Quer então os direitos, já que tem as obrigações. Luz ao feminismo, pálida sombra de nossas necessidades e potencial.


Teríamos avaliado mal?

Sabíamos dessa facilidade para exercer variadas tarefas a um só tempo, mas a sobrecarga injusta vem demonstrar que a aparente independência é apenas uma partilha iníqua...

Resultado?

Hoje H. (nem todo) deixa M. cuidar da prole (quem mandou ser múltipla?) para ir atrás de outra m-minúscula que, por descomprometimento e juventude, ainda não lhe dê a tão famigerada dor de cabeça.


Vive bem, o tal H., sem uma determinada fêmea, mas não sem alguma – nem que seja mamãe.



Então, amiga que (supostamente) não trabalha, leve em conta o privilégio do seu ofício de educar filhos com bons princípios éticos e morais, companheirismo para com o homem eleito, cuidados físicos e espirituais com o lar e o cumprimento de muitas funções assumidas por vontade própria. E não admita ser menosprezada em sua abençoada diferença.




Voce já trabalha muito.

As obrigações primeiras não têm sido traídas por você em troca de liberdade.

Muito menos pela heroína que, sendo, além de tudo necessita também prover, não apenas porque são qualidades indeléveis e inerentes a toda mulher de boa índole, mas porque estas, construindo a família, constroem o mundo.



O mais?

Que toda mulher M maiúsculo faz?

Não é perfumaria!



Curiosidades:

• Esse artigo foi escrito em 14 de março de 2007 para a coluna Soletrando no jornal Folha da Região.

• Na ocasião comentava-se que “descobriram” (?!) que a medicina masculina tinha que ser diferente da feminina... (brilhante!)

• Autora: Cecilia Ferreira, machista por opção, feminina por natureza, livre da ciência e dos homens porque é de Deus.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Consensos e Anemias (política X religião)

Sobre política, ou religião, longe de mim querer ser consenso.

Não temo temas, se “todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui (...) receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras” (Declaração Universal dos Direitos Humanos).

Aqui, os temas têm mais a ver com a ocasião.

Não sei se outros, como eu, viveram na semi-ignorância.


Nestas semanas, três dos muitos preceitos Bíblicos foram e serão comemorados: pentecostes, a Santíssima Trindade e o Corpo de

Cristo.








Ultrapassei essas datas por quase toda a vida registrando vagamente seus significados e nomes, mas sabendo que culminariam num excelente feriado.

Corpus Christi, ação do Papa Urbano IV e sua Bula ‘Transiturus’ de 1264, é festa que trouxe descanso nacional aos países católicos.

A crença em pentecostes traz fé na ação do Espírito Santo e em Seu inspirador poder.

Já o Trinitário entende que em Deus estão contidos Cristo e o Espírito Santo, por isso Deus é singular, único, embora três identidades distintas revelem a Sua onipotência, onisciência e onipresença: “ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19).

Mas a presença do Corpo de Cristo no pão é mais que a convicção da crença em Deus, é mais do que o relacionar sobrenatural com o Espírito Santo, é a comunhão física com Cristo: “E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim” (Lucas 22:19).


Somos muitos os Cristãos que aceitamos os mistérios: Adventistas, Pentecostais, Católicos, Ortodoxos, e variadas denominações. Ler a Bíblia é entender a existência, a profundidade e a eternidade dos ensinamentos.

O escrever para ser consenso não é praia pra cronista.

Ser questionado é prêmio, caso para gratidão.

É como religião, cada qual tem a sua, mas gosta de falar sobre o assunto.


Diferente do Cristão. Crer em Cristo é unidade. O que de fato importa é aquilo que está no Livro Sagrado.

Se ainda assim divergirmos espero que a rima, que alegra, redima a jornalista e abençoe a você que me lê: sintaticamente polêmica talvez, intelectualmente anêmica jamais.

Curiosidades:

• O artigo acima, de autoria de Cecilia Ferreira foi publicado na Folha da região, coluna Soletrando em junho de 2007.

• Sobre o tema, diz a Palavra:


“Cumprindo-se o dia de Pentecostes (... ) veio do céu um som (...) cheios do Espírito Santo começaram a falar em outras línguas (...) e se maravilhavam (...) Pois que! Não são galileus? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua? (...) todos os temos ouvido falar das grandezas de Deus!” Atos 2:1-12

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Férias (o que fazer e onde ir?)




Oba, férias!

O que é isso?, ouvi alguém perguntar.

Bom, pra entender e explicar direitinho fui lá no dicionário.




Falando em dicionário, antigamente a gente, criança, pegava aquele livro imenso, pesadíssimo, cheio de páginas e tacava a folhear. Agora basta um clique e botar pressão numas teclinhas de nada.

Ah, como vida ficou fácil.

E as férias, também ficaram mais fáceis?

Enfim... O significado de “férias” no dicionário é: Certo número de dias consecutivos destinados ao descanso após um período anual, ou semestral, de trabalho ou atividades.

Oba! Isso só pode ser coisa ótima!

Botemos o bestunto (ainda usam dizer bestunto?) pra funcionar. Será que é bem assim?




Talvez dependa da idade que se tem, de estar casada com filhos,sem filhos, se a viagem é com o(a) namorado(a)...

Se for com amigos está fácil. Sempre tem um que já pensou no caso, organizou, e agora está convidando a turma. Basta fazer as malas!



Se for viagem de namoro, o lugar importa?


Se for lua-de-mel o lugar importa!


Todo mundo vai perguntar: Pra onde vocês vão?

Então procure um lugar paradisíaco.

Desses que há milhares.

São muitos os hotéis pelo mundo especializados em colocar pétalas na sua cama, perfume nos seus lençois, maciez no seu roupão, e champagne na geladeira, com taças de cristal sobre uma mesa que, na frente de uma janela imensa, descortina uma vista de mar e vegetação em combinações estonteantes.


Não estou brincando, é verdade.
Olhe na internet e vai ficar sem saber qual escolher.
Aproveite e lembre-se que para a maioria de nós, lua-de-mel é só uma vez na vida.







Férias! Então tá!
Primeiro, você que aqui lê: que idade você tem?
Se você chegou da escola, atirou a lancheira pro altoe gritou na mais pura alegria: Férias!!!!




Escrito assim, cheio de exclamações e com um sorriso no rosto, você é aluno e férias é mesmo coisa real, tátil e boa. Sejam as férias no quintal de casa, na rua com a turma, ou numa viagem com os pais.

Quando minha geração foi criança viajar com os pais significava ir pra onde eles tinham família, se morássemos longe dos nossos avós, claro!

Ou ir pros lugares da moda.

Pra quem morava em São Paulo os lugares da moda eram: Campos de Jordão e Águas de Lindóia (Lindóia com acento, porque naquela época usava-se ter acento nas ideias e noutros ditongos abertos em palavras paroxítonas de cérebros pensantes e escreventes).

Pra quem morava no Rio de Janeiro eram: Petrópolis e Caxambú.






O chique mesmo, pra paulistano, era ir pro Rio de Janeiro. Como lá em casa tínhamos família nas duas cidades achava muito normal que nossas férias fossem viajadas e animadas.

Os pais? Permaneciam trabalhando, fosse nos escritórios, fosse nas residências, alguém tinha que cuidar daquelas crianças desarvoradas diante de tanta liberdade.

Hoje?

As opções são milhares, a preços módicos a endividar em alegrias e cartões a mil neste Brasil.


A sensação que se tem hoje é que férias para adultos foi invenção crescente da nossa geração: fruto das facilidades da vida engendradas por gerações de pessoas extraordinariamente batalhadoras e úteis.

Naquela época em cidades pequenas, praticamente sem perigos, os rebentos se sentiam no paraíso. Férias tinham seu custo financeiro, mas era pequeno.

Qual criança viajava para fora do país? Raro era ouvir falar.

Mas, na linha do “que idade você tem?”, e hoje quem atira a lancheira pro alto é o seu filho e não você, férias são outros quinhentos.

As opções para adultos casados que têm dias consecutivos destinados ao descanso variam sob certas condições:

1 - Se você tiver muita grana despache a gurizada pro acampamento de férias, ou deixe com a babá, e se mande pra Dubai, que é carésimo, mas tá na moda e, com o mundo rico em crise, barateou.

Sei, sei... Entendi... Você é do planalto palacial e não sabe falar “dubaiês”? Não precisa fazer feito o personagem do conto de Machado de Assis, que fingia falar "javanês", não.

Pode falar português mesmo, por que lá brasileiro é o que mais tem.

2 - Mas se sua casta for inferior, digo se você não for um cotista bulingzado, preconceituado, ou discriminado; for apenas um brasileiro supermestiçado, meio branquelo, de cabelo meio liso / meio cacheado, trabalhador de fato, não de boca, pagador de impostos, e ainda assim tiver alguma bufunfa (isso não se usa mais, tenho certeza – quero dizer, não se usa mais a palavra bufunfa; bom... alguns outros nem usam bufunfa... pra quê? Se têm bolsa-tudo, ou cartão-paga-homem-público?)

Hein? Ah... você é daqueles que mal tem carteira, que dirá bolsa? Ah, que dó, que dó, que dó!

Então você volta a ter duas opções:

1 – Dá para mandar os rebentinhos pra casa de alguma avó?

Não?

Então convença o seu marido a dividir com você o pagamento de mais uma viagem a perder de vista.

Deixe encavalar as prestações com as das três últimas viagens, fazer o quê? A vida é linda e o tempo é curto. Tudo bem!


2 – Não tem com quem deixá-los?

O jeito é passar as férias com seus filhotes, mas não tente fazer do seu descanso a inatividade deles.

Não os leve de hotel em hotel

numa viagem dessas de pacote de sete dias conhecendo dezoito capitais europeias.





Ou, se não resistir mesmo, os leve e faça disso um prazer para eles.

O lugar ideal?

Qualquer um será bom o suficiente, desde que você, pai ou mãe, encontre tempo para brincar com eles, dividir sorrisos, apertos em abraços, beijos melados de sorvetes ou bolinhos.


Lembre-se sempre que o mundo é imenso, a grana se não curta deve ser respeitada, e os seus filhos recordarão de cada viagem feita com os pais mais pelo o contato físico e palavras amorosas.







Todo lugar magnífico é inesquecível porque tinha alguém do seu lado aproveitando aquilo com você!



Agora...



Terceira opção...

Se você for daqueles que tem o desconhecido e usadíssimo bolsa-férias, dê uma passadinha no Banco do Brasil e retire seu kit “viaje-contribuinte”.

Hein?

Nada de comemorar!

Que viagem para contribuinte que nada! Tá se achando, é!? É kit viagem por conta do contribuinte! Só os mais iguais merecem (merecer não é bem o termo... refaço a frase). Só os mais iguais podem ter.



Não se esqueça de colocar na mala os tíquetes do bolsa-vestuário-chic, e do bolsa-alimento-de-primeira-grandeza, não vá passar fome dentro do Tour D’argent
(não se esqueça “de demander une réservation”; traduzindo: não se esqueça de fazer a sua reserva, senão não irá conseguir jantar no mais antigo, entre os sofisticados, restaurante de Paris, nem mesm fazendo uso do bolsa-caixinha, ou do bolsa-alto-suborno).



Ah, se você não dispuser de um vice, não se esqueça de deixar alguém encarregado de assinar sua presença no plenário, porque férias eternas é para os safos.